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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Polícia acha foragido no Orkut


A prisão de um ladrão de bancos foragido há 13 anos aponta para uma tendência da segurança pública no mundo: o uso das redes sociais nas investigações policiais. Apesar de alguns casos isolados, o Brasil ainda caminha lentamente nesta área, segundo especialistas. Daniel Antônio Fernandes, 37 anos, foi preso em Valinhos (SP) no último dia 11, depois que um policial militar o encontrou na rede social Orkut e descobriu as placas dos veículos dele. Fernandes, que estava foragido, foi transferido ontem para Campo Mourão, no Norte do Paraná.
Wanderson Castilho, diretor da E-Net Security, empresa de segurança da informação, diz que investigações a partir das redes sociais já ocorrem em vários países, como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Inglaterra. O Brasil, no entanto, ainda não prepara os policiais para investigarem nas redes. “Hoje as escolas [de polícia] no Brasil não os preparam para isso”, diz. “Como ainda não há uma metodologia, vai da perspicácia de cada delegado ou policial.” Para Castilho, todas as delegacias deveriam ter profissionais especializados na área.
Outro problema é a estrutura disponível e as proibições dentro da corporação. O policial militar responsável pela prisão de Fernandes, por exemplo, encontrou o ladrão no Orkut em suas horas de folga. No batalhão em que trabalha, o acesso ao Orkut é bloqueado. O policial, que preferiu ser identificado apenas por Manoel, trabalhou dois meses seguidos em pesquisas nas redes sociais Orkut e Facebook para localizar o foragido.
“Como não é permitido acessar Orkut na corporação, faço a pesquisa nos horários de folga. Não me importo com isso, pois faço o que gosto”, comenta Manoel. Segundo ele, descobrir Fernandes foi uma tarefa fácil. “As informações dele no Orkut eram as mesmas que constavam no processo. Mandei um convite [para amizade], ele aceitou e depois disso colhi informações e fotos para confrontar com os dados. Esse não é o primeiro caso que descubro”. De acordo com Manoel, quando chegam mandados de prisão, ele faz uma busca na internet em busca de fotos e informações. “É um trabalho interessante, que está ajudando a localizar pessoas com problemas com a Justiça.”
Para o delegado da Polícia Civil Francisco Caricati, que investigou na internet a invasão dos torcedores do Coritiba na partida contra o Fluminense, no dia 6 de dezembro de 2009, a rede tem ajudado os policiais e buscar informações. “Muitos crimes são divulgados na internet. Pichadores, por exemplo, fazem muita publicidade”, afirma. Caricati defende que a polícia se especialize nessa área. “Alguns policiais já têm treinamento específico, mas a internet ainda precisa ser regulamentada no país.”
Fontes: Agências

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