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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Amiga de adolescente morta em voo conta últimos momentos com garota



Após duas semanas de muita diversão na Disney, a rotina da estudante Marinna Sordi, de 13 anos, mudou drasticamente. Agora, quando não está dormindo, pensa apenas na amiga Jacqueline Ruas e no fim abrupto da vida da colega.
Marinna é uma das 29 crianças e adolescentes que participaram de uma excursão ao parque temático em Orlando, nos Estados Unidos, no último dia 19. No retorno ao Brasil, ocorrido entre a noite do último sábado (1º) e a madrugada de domingo (2), Jacqueline, de 15 anos, morreu em pleno voo. O pai dela, o consultor de segurança Marcos Sordi, de 44 anos, acusa a empresa Tia Augusta, responsável pela excursão, de ter sido negligente
. Companheiras em hotel
Marinna afirmou que, apesar de ter conhecido pessoalmente Jacqueline há apenas duas semanas, quando embarcavam no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, ambas tornaram-se amigas. Tanto é que, junto com outras duas garotas, dividiram o mesmo quarto no hotel em que ficaram. “Ela era muito feliz. Vivia sorrindo”, lembra.

Na primeira semana de viagem, as amigas aproveitaram ao máximo as atrações da Disney. “Íamos a todos os brinquedos juntas”, disse. Durante os passeios no parque, foram a brinquedos de água e chegaram a tomar chuva.

Na segunda semana, porém, as quatro colegas que dividiam o mesmo quarto acordaram sentindo-se mal. Foram atendidas no próprio hotel e medicadas. Em menos de 24 horas, três delas melhoraram e voltaram aos passeios normais. Jacqueline, porém, não se recuperava, segundo relato da garota.

No dia 26, Marinna diz que a amiga começou a apresentar sintomas de forte gripe. O serviço médico novamente foi acionado. “Minhas amigas ouviram uma médica dizer, em inglês, que nem precisava fazer exame porque a Jacque estava com sintomas da nova gripe”, afirmou.

Piora
Desse dia em diante, Jacqueline piorou cada vez mais, de acordo com a garota. Foi levada a um hospital norte-americano e submetida a exames para a detecção de gripe suína. Com o resultado negativo para a presença do vírus, foi liberada.

Nos últimos dias, porém, a saúde de Jacqueline se deteriorou. Ela mal conseguia caminhar, segundo a amiga.
"Fomos a um outlet e ela ficou sentada. Ela pedia para a gente comprar as coisas que queria.” Marinna conta que a mala da garota teve de ser feita pelas outras amigas porque Jacqueline não tinha forças para isso.

Na noite de sábado, a adolescente teria se sentido muito cansada. Foi nessas condições que embarcou nos Estados Unidos. “Na viagem ao Panamá [onde o avião fez uma escala], dormiu o tempo todo”, lembrou Marinna.

Antes de sair do avião, de acordo com a colega, Jacqueline ficou tonta e só conseguiu se locomover em cadeira de rodas, com o auxílio das amigas. No país centro-americano, onde permaneceu por três horas, novamente dormiu. “Ela nem quis nos acompanhar nas compras”, disse Marinna.

Cadeira de rodas
Ao embarcar em uma aeronave que seguia para o Brasil, foi levada na cadeira de rodas. Ao chegar a seu assento, dormiu mais uma vez. Acordou apenas para comer uma garfada de espaguete. “Depois, chamamos a Jacque de novo, e ela nem conseguia abrir os olhos”, disse Marinna.

Por volta das 3h30, segundo relatou Marinna, colegas tentaram acordar Jacqueline, mas ela não respondeu. “Uma amiga nossa encostou e sentiu a Jacque fria. Ela chamou a guia”, afirmou. Assustados com a saúde da jovem, a guia e a tripulação pediram ajuda a dois médicos que estavam no mesmo voo.

Ao perceberem a gravidade da situação, disse, os médicos iniciaram os procedimentos de reanimação no corredor, ao lado das crianças. “Todos começamos a chorar.”

De acordo com a garota, Jacqueline foi, então, levada pelos médicos, a tripulação e a guia que acompanhava os jovens ao fundo do avião, onde passou a receber massagem cardíaca. Minutos de suspense depois, a guia voltou chorando.

“Ela nem precisou falar nada. Só pela cara já sabíamos que a Jacque estava morta”, disse Marinna.

No restante da viagem, o clima era de luto. Muitos não continham as lágrimas, inclusive Marinna. Quando se pensava que o pior já havia acontecido, um novo incidente deixou todos chocados.

“Quando o avião pousou, a aeromoça disse que devíamos permanecer sentados por causa de uma emergência médica. ”Em seguida, disse, duas pessoas passaram pelo corredor levando o corpo da adolescente pelos braços e pernas.
Fontes: Agências

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