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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Banheiro do Papa" traz visão poética de pessoas comuns


Vencedor da 32ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo de 2007, tanto pelo público quanto pela crítica, e vencedor de 6 prêmios no Festival de Gramado, o filme marca a estréia na direção do fotógrafo César Charlone, uruguaio radicado no Brasil e diretor de fotografia de Cidade de Deus, Jardineiro Fiel e Ensaio sobre a Cegueira (todos de Fernando Meirelles).

É uma historia real e esquecida, que aconteceu em 1998 na cidade de Melo, na fronteira do Brasil com o Uruguai. O Papa iria visitar o lugar e fazer um discurso. Então, a população resolveu se preparar para receber os milhares de turistas que certamente iriam ao lugar, muitos deles brasileiros. Investiram suas pobres economias em comida de todo o tipo para vender em suas barraquinhas.
Beto, que vive de expedientes de contrabando, sonha em ter uma moto para facilitar a vida, já que trabalha de bicicleta. Sua solução desesperada para aproveitar a visita do Papa é construir um banheiro, um mictório que serviria o público que certamente iria necessitar dele.
Contado principalmente pelo ponto de vista da filha mais velha dele, que sonha em um dia vir a ser apresentadora de televisão, o filme é triste, humano, delicado, quase neo-realista. Isto é um elogio, já que ele faz lembrar o que tinha de melhor o cinema italiano de De Sica, ou seja, uma poética visão de pessoas comuns, que lutam para sobreviver e melhorar de vida, mas enfrentam obstáculos terríveis, sempre vividos por atores desglamurizados mas convincentes. Talvez um pouco lento para o espectador comum. Mas sem dúvida um belo filme.

Fontes: Agências

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