tonydsilva@ibest.com.br / decioantoniosilva@bol.com.br

.

sábado, 8 de novembro de 2008

Rachel recebeu tratamento psicológico semanas antes de ser assassinada





Rachel recebeu tratamento psicológico semanas antes de ser assassinada
O sofrimento e a angústia de Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, 9 anos, pode ter começado semanas antes do dia em que ela foi raptada e assassinada. Existe a suspeita de que o autor do crime tenha se aproximado da vítima anteriormente, o que teria provocado mudanças no

comportamento dela.

Informações de pessoas ligadas à vítima dão conta de que Rachel foi submetida a acompanhamento psicológico no final do mês passado, no próprio Instituto de Educação, escola que freqüentava.
Uma professora do colégio teria reparado que, ultimamente, a garota chorava bastante e se recusava a comer. Durante a passeata em protesto ao crime, na manhã de ontem, o diretor da escola, professor José Frederico de Melo, não quis comentar a informação e disse que apenas a família ou a polícia poderiam falar sobre o assunto.Investigadores que trabalham no caso suspeitam que o autor da barbárie já tenha cometido crime semelhante. Por esse motivo, pessoas de outros municípios e até de outros estados, com histórico de crimes parecidos ao que vitimou Rachel, estão na mira da polícia.
Na manhã de ontem, familiares e conhecidos da menina, entre eles o pai, Michael Genofre, prestaram depoimentos na Delegacia de Homicídios. Porém, ninguém quis se manifestar a respeito da mudança de comportamento da menina.Retrato faladoComo já havia sido antecipado pela Tribuna, a polícia divulgou o retrato falado do suspeito de ter assassinado Rachel. O homem é moreno claro, tem aproximadamente 50 anos, olhos claros e cabelos curtos e escuros. Ele mede cerca de 1,68 metro e pesa 70 quilos.
As informações foram dadas por um comerciante que trabalha nas proximidades da Rodoferroviária e vendeu uma mala igual à usada pelo assassino para esconder o corpo da garota.O delegado Jaime da Luz, da Delegacia de Homicídios, voltou a lembrar que qualquer denúncia da população é importante e que a “divulgação do retrato falado é bastante útil nesse momento”.
“Quem viu a criança na companhia dessa pessoa deve informar à polícia”, afirmou. Entretanto, o delegado reiterou que outros suspeitos também permanecem sob investigação.Há informações de que policiais foram para o litoral paranaense, Santa Catarina e São Paulo, na tentativa de conseguir pistas que levem ao assassino. O delegado comentou ainda que aguarda laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal para poder também analisar o crime sob a ótica científica.

Suspeito faz exames

Tão logo o retrato falado do suspeito de assassinar Rachel ficou pronto, a polícia procurou a empresa de ônibus responsável pela linha Vila Cubas - condução que a garotinha pegava todos os dias - e apresentou a imagem aos diretores, pedindo colaboração.
A direção imediatamente colocou todos os motoristas e cobradores à disposição dos policiais, para que fossem ouvidos. No entanto, um deles - cujo nome será preservado - por ser parecido com o rosto desenhado, apresentou-se espontaneamente e concordou em fornecer material para exames de DNA. Como tinha prisão temporária decretada por cinco dias, ele ficou detido numa delegacia.O material recolhido deverá ser comparado ao DNA extraído do esperma encontrado no corpo da menina. O resultado poderá incriminar ou inocentar de vez o suspeito. A própria polícia, no entanto, não crê que o rapaz seja o culpado, justamente por sua conduta colaborativa. Mas as investigações não pararam. Outras equipes de diferentes delegacias, além da Homicídios, continuam trabalhando com mais dois suspeitos - seus nomes também não serão divulgados.
Um já conta com antecedentes criminais por envolvimento na morte de outras crianças e num recente caso de violência sexual contra um garotinho, na região metropolitana. Quanto ao outro, não há registros policiais de abuso de crianças, mas há queixas por violência contra mulher e ameaças.

Manual e tridimiensional

Assim que teve acesso ao retrato falado do suspeito de matar Rachel, o engenheiro industrial Isnard Martins - professor da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro e Estácio de Sá - fez a reconstrução facial do rosto do suspeito, num programa de computador que ele mesmo criou.A primeira etapa foi a reconstrução do rosto, em cima do retrato falado (foto) feito manualmente pelo perito Jorge Werzbitzki, do Instituto de Criminalística do Paraná.
Assim que teve acesso ao retrato falado do suspeito de matar Rachel, o engenheiro industrial Isnard Martins - professor da Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro e Estácio de Sá - fez a reconstrução facial do rosto do suspeito, num programa de computador que ele mesmo criou.A primeira etapa foi a reconstrução do rosto, em cima do retrato falado (foto) feito manualmente pelo perito Jorge Werzbitzki, do Instituto de Criminalística do Paraná.
Depois, o professor passou para a parte de computação gráfica, para tridimensionalizar o rosto, aperfeiçoando os traços físicos. É um estágio que pode durar entre 1h30 e 2h. Martins é doutorando em Engenharia Industrial e trabalha há pelo menos oito anos com inteligência criminal.

Alunos pedem paz e justiça

Mais de mil pessoas, entre familiares, colegas, amigos e professores de Rachel Maria Genofre, 9 anos, participaram de uma caminhada em protesto pela morte da garota, durante a manhã de ontem, no centro de Curitiba.
Com faixas e cartazes nas mãos, com pedidos de paz e justiça, os manifestantes saíram do Instituto de Educação onde a menina estudava, na Rua Emiliano Perneta, e seguiram pela Rua XV de Novembro até a Praça Santos Andrade. A passeata terminou por volta das 11h30, na escadaria da Universidade Federal do Paraná, onde os participantes rezaram e cantaram em homenagem a Rachel.Durante toda a caminhada, os sentimentos de inconformidade e revolta tomaram conta dos manifestantes. O diretor da escola, professor José Frederico de Melo, ressaltou que o evento “foi um exercício de cidadania a favor da justiça e contra a impunidade”. O pai da garota, Michael Genofre, também mostrou-se revoltado, mas afirmou que o mais importante, neste momento, é achar o responsável pelo crime.
Fontes: Agências

Nenhum comentário: