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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Nadadora Dailza Damas será velada em Apucarana


A nadadora paranaense Dailza Damas Ribeiro, de 50 anos, faleceu na noite de ontem, em Bombas (SC), devido a paradas cardíacas. O corpo da nadadora está sendo transladado para Apucarana, com chegada prevista às 13 horas. O velório acontece na Capela Mortuária.
A atleta ganhou renome internacional por cruzar duas vezes o canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra, nadando por mais de 19 horas ininterruptas. Nascida em Califórnia, com um ano de idade Dailza veio para Apucarana, onde se encontra a maioria dos familiares. Antepenúltima filha de 13 irmãos, Dailza Damas iria completar 51 anos no dia 6 de dezembro.

Segundo informações do irmão Antônio Damas, que reside em Apucarana, Dailza passou por uma cirurgia, há quase um mês, para retirada de um tumor detectado na região da hipófise. Ela se restabelecia na casa da irmã, em Curitiba.
Nesta quarta-feira, a nadadora recebeu alta e voltou para sua casa em Bombas, litoral de Santa Catarina, onde reside há cerca de seis anos. "Estava tudo bem, ela mesma foi dirigindo", relata o irmão. Na quinta-feira, por volta das 16 horas, Dailza sofreu um desmaio e foi levada para atendimento médico. Ainda no hospital, um segundo desmaio, por volta das 21 horas, foi seguido por três paradas cardíacas e Dailza não resistiu.

PERFILDailza Damas começou a nadar tarde, aos 28 anos. Sem nunca ter praticado esportes, entrou num curso de natação para estimular seu filho, que sofria de bronquite. "Depois de dois anos de aula, fui convidada a representar a escola em uma competição no mar de Guaratuba (PR). Topei. Chegando lá, fiquei tão impressionada com a dimensão do mar que me atrasei na largada. Comecei a nadar desesperadamente e, quando tirei o rosto para fora da água, estava perto do barco de um pescador. 'Você está em segundo lugar', ele disse. Consegui a segunda colocação e, a partir daí, a piscina ficou pequena para mim", contou a nadadora em entrevista à revista Marie Claire.

"Eu, que nasci no interior do Paraná e vi o mar pela primeira vez aos 13 anos, decidi que só queria nadar no oceano", definiu.
Na época, a nadadora Renata Agondi havia morrido durante a travessia do canal da Mancha por hipotermia - queda da temperatura interna do corpo a níveis intoleráveis. "Fiquei mexida com a história e meti na cabeça que um dia tentaria a mesma travessia em homenagem a ela", respondeu a nadadora.
Dailza sabia que o esporte a que se dedicou era arriscado, mas como ela mesma afirmou na entrevista: "nunca gostei de me sentir limitada". "Acredito que a capacidade de se adaptar a novas situações aumenta a habilidade para viver bem", completou.

"Em 2001, para fazer a travessia no lago Titicaca, na Bolívia, precisei ganhar oito quilos - a gordura serviria para me proteger da água gelada, em torno de 7 graus. Sabia que o risco de sofrer uma hipotermia era grande, e que isso poderia ser fatal. Embarquei para a Bolívia um mês antes, para me acostumar com o frio. Dia sim, dia não, subia a 4.000 metros de altitude para caminhar só de maiô, por uma hora, sob uma temperatura de cinco graus negativos. Durante as 8 horas e meia da travessia, tive três princípios de desmaio. Senti que podia morrer, mas também achava que podia chegar até o fim. Completei o trajeto com problemas de circulação nas mãos e nos pés -depois, fiquei sem andar por uma semana. Mas cumpri o meu objetivo e me senti mais forte como ser humano. Eu terminei a prova seis quilos mais magra, mas feliz''.
"Dou a primeira braçada e deixo que Deus cuide do resto."
EXEMPLO"A Daia escreveu sua história entre as das mulheres do Brasil pelo seu exemplo de convicção, coragem e força. Ela superou o desafio da vida e teve força para reverter sua história", emocona-se o irmão Antônio Damas. "Para nós é a perda de uma estrela, do chão que a gente pisa. Espero que o exemplo dela sirva de motivação para outros, especialmente para as mulheres".
Fontes: Agências

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