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sábado, 8 de novembro de 2008

Corpo de menina de 12 anos é encontrado em caixa


Na segunda-feira (3), Sabrina Bianca Castilho, de 12 anos, saiu de casa, na Vila Maria, zona norte de São Paulo, a pedido da mãe para comprar uma revista e não voltou mais. Nesta sexta-feira (7), após dias de angústia, os pais souberam pela polícia do paradeiro da menina. Ela foi morta e encontrada encolhida, em posição fetal, dentro de uma caixa de papelão - embalagem de uma televisão de 29 polegadas. A polícia encontrou o corpo de Sabrina na quarta-feira (5) em uma praça do bairro.
Classificado pelos policiais como "macabro", o crime foi solucionado por causa de uma etiqueta da caixa que identificou a loja em que a tevê foi comprada. Por essa pista, a polícia chegou ao filho do comprador do aparelho, Edson Romano Júnior, de 27 anos, que confessou o crime. "Rastreamos o comprador. Esse rapaz tentou se desvincular do encontro macabro dessa moça na caixa, mas depois confessou", disse o delegado Marcos Carneiro, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Nesta sexta-feira (7), o perfil da criança coincidiu com a descrição feita pela família à Delegacia de Desaparecidos. Como estava sem documento, os objetos pessoais encontrados com Sabrina ajudaram a reconhecê-la: um molho de chaves e uma fita verde da Assembléia de Deus, igreja que freqüentava. Depois de identificar a vítima, a polícia suspeita de crime sexual, hipótese negada pelo acusado.
Romano Júnior está preso desde quarta-feira (5). Quando confessou, ele afirmou que foi um crime acidental e praticado em uma situação de legítima defesa. O vendedor afirmou que saiu para comprar cigarro e, quando voltou, encontrou com a menina dentro de casa, tentando furtar um DVD. As famílias da vítima e do suspeito, que trabalhava como vendedor e não tinha passagem pela polícia, moravam no mesmo bairro, a três quarteirões de distância.
Pela primeira versão, ele teria matado Sabrina com um golpe do tipo gravata. Depois, enrolou o corpo em um lençol e, com a ajuda do pai, colocou-o dentro da caixa e o levou para a praça Nirvana, na Vila Maria, na madrugada do dia 5. "Essa versão dele caiu por terra porque essa moça não tem nenhum indicativo de ser criminosa. Os pais são evangélicos, e a menina estudava e era comportada", afirmou Carneiro.
De acordo com o delegado, foi requisitado exame para saber se Sabrina foi vítima de violência sexual. Aparentemente, entretanto, não havia sinais de abuso. "Mas isso é o exame que vai dizer. Averiguamos se há outros crimes contra adolescentes na região. O apetite sexual descontrolado é motivo para vários crimes", disse o diretor do DHPP.
Romano Júnior, que é branco, tem olhos verdes, 1,80 metro de altura e pesa 75 quilos, declarou ser lutador de jiu-jítsu à polícia, como justificativa para a violência do golpe que disse ter aplicado em Sabrina, de 1,50 m.
Além de tomar outro depoimento do acusado, serão ouvidos os pais de Romano Júnior. Até esta sexta-feira (7), segundo a polícia, a família não havia constituído advogado.

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