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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Anna Carolina nega crime e chora em interrogatório




A madrasta de Isabella Nardoni, Anna Carolina Jatobá, disse durante o interrogatório realizado na tarde desta quarta-feira (28) no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, que as acusações contra ela são "totalmente falsas". De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Anna Carolina balançava a cabeça negativamente enquanto ouvia do juiz Maurício Fossen o crime do qual é acusada. Quando perguntada sobre o crime, negou. O interrogatório começou às 13h52 desta quarta-feira (28) e é realizado pelo juiz Mauricio Fossen, no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. O magistrado também interrogará nesta tarde o pai da menina, Alexandre Nardoni. A madrasta de Isabella chorou algumas vezes durante o interrogatório. Em uma das ocasiões, ela se mostrou emocionada ao lembrar do café-da-manhã preparado no sábado que antecedeu a morte da menina. Anna Carolina contou ao juiz que Isabella pediu que ela preparasse pão com requeijão e suco de morango. A madrasta está algemada na sala de audiência. O juiz pediu algumas vezes que ela falasse mais devagar. Anna Carolina veste calça e camisa de cor cáqui - uniforme do presídio -, uma sapatilha prata e está com os cabelos presos. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), ela poderá acompanhar o interrogatório do marido, desde que a ordem seja mantida. Alexandre não assiste ao depoimento de Anna Carolina porque isso poderia orientar as suas respostas.Os três advogados de defesa acompanham a audiência, assim como dois advogados da Comissão de Prerrogativa da OAB de Santana, o promotor Francisco Cembranelli e a assistente de acusação (advogada contratada por Ana Carolina Oliveira), Cristina Christo. Os pais de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni não foram autorizados pelo juiz Maurício Fossen a acompanhar o interrogatório deles.Versão mantidaA defesa afirmou nesta quarta-feira (28) que o casal manterá a versão contada à polícia. Isabella morreu após ser jogada do apartamento de seu pai, no 6º andar de um prédio na Zona Norte, no dia 29 de março. Alexandre e Anna Carolina se dizem inocentes e acreditam que uma terceira pessoa entrou no apartamento e atirou a menina pela janela.De acordo com o advogado Rogério Neres, eles “não terão pressa” de responder às perguntas do juiz Maurício Fossen, do Segundo Tribunal do Júri da Capital, do promotor Francisco Cembranelli e de seus advogados. “O interrogatório é um meio de defesa. A expectativa deles é positiva”, disse o defensor, sem prever a duração do depoimento. Os advogados podem apresentar à Justiça nesta quarta-feira uma petição em que vão requerer a liberdade do casal e anulação do processo judicial em que os réus são acusados, baseados em parecer do médico legista contratado pela defesa, George Sanguinetti, para quem Isabella não foi esganada. O pai e a madrasta da menina serão ouvidos um de cada vez. Anna Jatobá deve ser a primeira a ser interrogada os 3 advogados do casal deve acompanhar a audiência. Por volta das 11h30, Anna Jatobá aguardava o interrogatório na carceragem do Fórum de Santana. O advogado responsável pela defesa do casal, Marco Polo Levorin, afirmou na chegada ao fórum que a versão apresentada no interrogatório vai seguir a mesma linha dos depoimentos anteriores. "Hoje é no mesmo sentido que foram os outros. Eles sempre sustentaram a mesma coisa e vai prevalecer nesse sentido", afirmou. Levorin, que foi recebido por populares sob gritos de "Justiça", também disse que espera a conclusão dos pareceres dos peritos contratados para a defesa. "Nós estamos aguardando o término dos pareceres técnicos e depois a gente vai juntar ao processo." Ele reiterou que caso seja constatada a deficiência da materialidade, a defesa irá pedir a nulidade do processo. Em relação à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que nesta terça-feira arquivou o processo e manteve o casal na prisão, o advogado disse que foi uma questão processual e que STJ não negou o mérito do habeas corpus. Segundo o advogado, a defesa irá aguardar o julgamento do mérito do pedido feito no tribunal paulista. Alexandre Nardoni, chegou ao Fórum de Santana às 11h desta quarta. Ele havia deixado o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos por volta das 10h20. Anna Carolina foi a primeira a chegar ao fórum às 10h desta quarta. Ambos estavam presos na cidade de Tremembé, a 138 km da capital paulista, e foram trazidos para a Grande São Paulo na noite de terça-feira (27), de acordo com informações da Polícia Militar. SegurançaA segurança foi reforçada para o interrogatório do casal. Cinqüenta homens da Polícia Militar foram espalhados dentro e fora do prédio. Se houver tumulto, policiais do batalhão da Força Tática, que fica ao lado do fórum, vão dar apoio. Por volta das 11h50 havia poucos curiosos em frente ao fórum.Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o reforço de policiamento na região se deve não só ao interrogatório do casal Nardoni, mas também porque estava previsto para as 10h o júri popular de três integrantes da quadrilha que age de dentro dos presídios paulistas. Eles são acusados de matar integrantes de outra quadrilha. É praxe fazer reforço na segurança quando um júri envolve organizações criminosas, diz o TJSP.PrisãoO casal foi indiciado pela morte de Isabella. Eles estão presos desde 7 de maio. Na terça-feira (27), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o pedido de habeas corpus da defesa do casal. O ministro do STJ Napoleão Nunes Maia Filho não viu "defeito" na decisão do desembargador Caio Canguçu de Almeida, que na terça-feira (13), decidiu manter os dois na prisão.Para Maia Filho, a determinação do desembargador da 4ª Câmara Criminal expõe "com fundamento e lógica" a necessidade de tornar exceção "uma importantíssima conquista cultural (direito à liberdade), quando diante da situação em que outro valor, igualmente relevante, se ergue e se impõe como merecedor de prioridade", segundo nota no site do STJ. A entrada com o pedido de habeas corpus no STJ foi feita na tarde de sexta-feira (16) pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. A defesa solicitava não só a libertação do casal, mas também a anulação da denúncia do Ministério Público, aceita pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.Novo recursoNa segunda-feira (26), a defesa do casal disse que entrará com pedido de revogação da prisão e de anulação do processo judicial contra Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá na 1ª instância do Tribunal de Justiça de São Paulo. De acordo com o advogado Marco Pólo Levorin, a decisão foi tomada após a apresentação do parecer do médico-legista George Sanguinetti e sua equipe. A análise de Sanguinetti aponta que os laudos feitos pelo Instituto Médico-Legal (IML) e Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo teriam apresentado erros “grosseiros”. Para o defensor, Sanguinetti deixou claro que Isabella não sofreu asfixia mecânica (esganadura), diferentemente do que aponta o laudo do IML. A denúncia, baseada no inquérito policial e nos laudos, aponta que a madrasta asfixiou e o pai arremessou Isabella pela janela. “Isso (a exposição dos especialistas contratados) muda substancialmente o processo. Tecnicamente o processo é nulo”, afirmou Levorin. Ele acredita que a petição poderá ser encaminhada ao Fórum de Santana, na Zona Norte da capital, ainda nesta semana.Vistoria em edifícioOs peritos contratados pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá devem fazer uma vistoria no Edifício London, na Zona Norte da capital, onde a criança foi assassinada. De acordo com George Sanguinetti, serão feitas mensurações no local. A perita criminal aposentada Delma Gama também deve participar da visita. O parecer foi feito com base nos laudos, sem qualquer contato com o local do crime ou com o cadáver da criança. Segundo a defesa, a chave do apartamento está no Fórum de Santana desde a conclusão do inquérito pela polícia. A família poderia ter retirado a chave, mas preferiu esperar a ida dos peritos a São Paulo para que eles encontrassem o imóvel assim como foi deixado pelos peritos da Polícia Científica.
Fonte: C 13 e Agências

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